"Hoje já não estás aqui, nem ontem estiveste e amanhã sei que também não estarás.
Com a mesma velocidade com que apareces-te a minha porta com um coração aberto e um brilho nos olhos, eu vi-te a partires sem voltares as costas nunca mais.
A intensidade com que me marcas-te, essa intensidade que não sei explicar como é que pôde existir, sei que não vai sair à mesma velocidade...
Estás em mim, todo o meu corpo te quer, toda a minha alma anseia por ti como uma noite pela lua, mas sei que nunca vais voltar, que nunca vais estar novamente aqui comigo, com o coração aberto e um brilho nos olhos.
Não estás, e eu há muito tempo que já não sou eu, que não estou.
Quando tu voas-te, eu voei também, mas não contigo, nem ao pé de ti.
Hoje não estou aqui, nem ontem estive, nem amanhã, porque estou a voar, por um Mundo onde ninguém chega, onde ninguém pode tocar com os pés no chão.
Desde que tu foste, eu saí de mim, como um fantasma, e agora vagueio por lugares apenas com pessoas anónimas, muitas pessoas anónimas, onde eu também sou uma delas, mas há uma diferença.
Eu tirei os pés no chão, eu vôo. Elas não."

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