"Acordo todas as
manhãs com este zumbido e a certeza que não
vais voltar. Cansada de me
convencer que, apesar e acima do teu individualismo estava a tal
inevitabilidade a que nos submetemos e chamamos amor. Pensei que, com todo o
amor que sentia por ti te iria suavizar o coração e de alguma forma fazer parte
do teu equilíbrio, tornando-me subtilmente indispensável. Nunca pensei enganar-me tanto. Mas só agora
percebo que o teu amor por mim não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha.
Alguém que te chamou a atenção e que um dia decidiste que querias atravessar,
com a intuição certeira de um animal selvagem que procura refugio temporário,
quando está cansado. Sei que não vinhas a fugir de nada, nem à procura de coisa
nenhuma. Mas acho que quando eras
pequeno te arrancaram uma parte de ti, e desde então ficaste incompleto e
perdeste, quem sabe talvez para sempre, a capacidade de adormecer nos braços de
alguém sem que penses no perigo de ficar na armadilha do carinho para todo o
sempre. Não, o teu amor por mim,
volto a dizê-lo, não foi uma inevitabilidade, mas uma escolha feita com a
leveza e a frontalidade com que fazes tudo na vida. Por isso te foi tão linear
- e repara que não escrevo a palavra fácil - escolher outro caminho." Margarida Rebelo Pinto
É a mais pura das verdades, e por incrível que pareça (ou não) retrata-te na perfeição!
2 comentários:
Adoro a Margarida !! beijos
Adorei a escrita!
E adoro quem postou (:
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